terça-feira, 29 de abril de 2008

Intertextualidade e Interdisciplinaridade


Quer coisa mais gostosa que trabalhar com música na sala de aula?
Além de estimular os alunos a ouvir BOAS MÚSICAS, interpretar letras, estimular a produção e auto-crítica, a aula se torna muito mais prazeirosa

Vou dar um exemplo de planejamento que SEMPRE DÁ CERTO. Espero que gostem.

Tempo estimado: 02 a 04 aulas (dependendo do envolvimento da turma)

Música: O SAL DA TERRA

1- Distribuir a folha com a letra da música para todos os alunos e pedir para que, à medida que forem escutando a música, possam também ir tentando entender o que ela quer dizer. Ouve-se a música 02 vezes antes de debater.

2- Após ouvirem a música (até mesmo cantarem) em círculo, faz-se um debate estrofe por estrofe, ou, verso por verso, consultando dicionário se necessário para melhor entendimento do texto. Ao fundo pode-se ouvir a música bem baixinho.


O Sal da Terra
Roupa Nova
Composição: Beto Guedes - Ronaldo Bastos


Anda, quero te dizer nenhum segredo/Falo nesse chão da nossa casa/Vem que tá na hora de arrumar/Tempo, quero viver mais duzentos anos/Quero não ferir meu semelhante/Nem por isso quero me ferir/Vamos precisar de todo mundo/Pra banir do mundo a opressão/Para construir a vida nova/Vamos precisar de muito amor/A felicidade mora ao lado/E quem não é tolo pode ver/A paz na Terra, amor/O pé na terra/A paz na Terra, amor/O sal da Terra/És o mais bonito dos planetas/Tão te maltratando por dinheiro/Tu que és a nave nossa irmã/Canta, leva tua vida em harmonia/E nos alimenta com teus frutos/Tu que és do homem a maçã/Vamos precisar de todo mundo/Um mais um é sempre mais que dois/Pra melhor juntar as nossas forças/É só repartir melhor o pão/Recriar o paraíso agora/Para merecer quem vem depois/Deixa nascer o amor/Deixa fluir o amor/Deixa crescer o amor/Deixa viver o amor/(O sal da terra)





3) Agora vamos analisar o texto abaixo

(Nesta etapa, cada aluno também deverá ter seu próprio texto e fazer a leitura silenciosa, instruindo-o para que consiga interpretar com clareza cada parágrafo do texto) Em seguida, o debate será feito com toda a classe em círculo, porém, todos deverão ler o texto em voz alta e em conjunto e a professora deverá formular o debate de parágrafo por parágrafo. Logo, deverá ser feita uma análise do que diz a letra da música com o que diz o texto - o que os dois textos querem dizer? O que têm de semelhante? O que tem de diferentes? (uma diferença marcante é que a letra da música é um estímulo para que todos nós façamos alguma coisa para salvar o planeta... e o segundo, mostra mais os efeitos da devastação, informa mais ou seja o primeiro é poético e o segundo informativo). Fazer também o uso de dicionário para melhor interpretação do texto, se necessário.








Grito de Alerta

A Terra está definhando, temos que fazer alguma coisa...

Nos últimos dias, meses e também anos temos vivenciado uma autêntica montanha-russa de alterações climáticas. Invernos mais quentes do que deveriam ser, chuvas em demasia, estiagens prolongadas, verões antecipados, quedas bruscas de temperatura, furacões e tornados em grande quantidade e até mesmo maremotos tem provocado a ruína de agricultores, a destruição de cidades e a morte de milhares de pessoas.

O planeta Terra está gritando alto. Os especialistas sabem disso e acompanham com atenção as grandes e pequenas alterações que acontecem ao redor do planeta em busca de novas informações que possam ajudá-los a compreender melhor os problemas e levá-los a soluções.

A tecnologia tem sido utilizada com o intuito de detectar as dificuldades ou mesmo sanar alguns desses infortúnios. Novos equipamentos são criados nos laboratórios de todo o mundo. A coleta de dados aprofunda-se e quanto mais ficamos sabendo mais tomamos consciência de que a resposta para os problemas não depende de soluções mirabolantes ou de máquinas maravilhosas.

O melhor e mais eficaz caminho passa necessariamente pela racionalização do uso dos recursos naturais. Tudo depende basicamente da ação dos seres humanos, de sua capacidade de gerir o mundo que está ao seu redor, de evitar as perdas e desperdícios.
Árvores que demoraram anos ou mesmo décadas para crescer jazem no meio dafloresta, prestes a serem embarcadas e processadas. Quanto tempo demoraremos para ter essa riqueza novamente?

Reciclar virou palavra-chave nesse difícil quebra-cabeça da preservação ambiental. Poupar também é pedra de toque para a sobrevivência da Terra e da própria humanidade. Recuperar áreas devastadas ou impedir o avanço das queimadas e das motos-serra sobre as florestas é de vital importância. Em termos gerais isso tudo significa que temos que ir com menos sede ao pote, pois a fonte está secando e podemos todos morrer de inanição.

Quando vemos o Amazonas, o rio de maior volume de água do mundo passar por gravíssima estiagem, com os peixes morrendo na secura dos leitos dos rios que compõem a bacia hidrográfica do norte do Brasil e os pescadores pegando o seu ganha pão com as próprias mãos temos que ficar muito mais preocupados e reorientar as nossas ações.

Dizem os chineses que a morte de uma simples borboleta afeta de algum modo os rumos da vida em nosso planeta. O que dizer então da predatória forma de exploração dos recursos empreendida pelos homens ao longo dos últimos 300 anos com o advento do sistema industrial de produção e seus afins surgidos posteriormente?

Quantas árvores são necessárias para a produção de papel? O que é jogado fora nesse processo? De que modo podemos reaproveitar o papel ou a madeira proveniente de objetos e produtos que irão ser jogados no lixo? Quais são os procedimentos mais eficazes para acelerar e reiterar o plantio de árvores?

Quanto custa a recuperação de rios poluídos? Em que países esse trabalho já foi realizado com sucesso? A despoluição não acontece pelos custos ou pela falta de vontade política? O que estaremos legando as novas gerações se queimarmos nossas florestas ou continuarmos a poluir os rios?

Rios que carregam em sua superfície a espuma branca que tira todo oxigênio da água e sufoca os peixes. Até quando teremos água potável? Será que os peixes sobreviverão aos estragos cometidos pela humanidade?

Que espécies naturais já desapareceram e serão conhecidas apenas a partir de fotos e livros?


Quais são os animais ameaçados de extinção no presente momento e o que está sendo feito em favor desses bichos? O que estamos deixando de saber quando promovemos o sumiço de espécies vegetais ou animais? Os lucros imediatos obtidos através dessas ações causarão que prejuízos para o futuro da humanidade?

Perguntas, perguntas e mais perguntas se acumulam e parecem ter respostas que não satisfazem completamente por não deter a destruição. Todos os remédios tomados até o presente são suaves e doces demais para realmente significar a solução dos problemas do planeta.

O avô de minha esposa costumava dizer a ela que somente remédios amargos conseguem resolver realmente as doenças, sejam elas simples ou complexas. Reitero esse pensamento sábio e reafirmo a necessidade de políticas públicas mais severas e rigorosas no combate ao desperdício, à poluição, ao desmatamento, ao apresamento de animais silvestres, as queimadas ou a emissão de poluentes na atmosfera.

Temos que cobrar, fiscalizar e punir as pessoas, empresas e governos que estejam destruindo o meio-ambiente. Devemos ensinar as novas gerações o valor e a importância da natureza e o compromisso que temos que ter quanto a sua preservação. É fundamental que deixemos de fazer apenas discursos e aprovar leis que pouco representam na prática para a defesa da natureza.

Seria aconselhável, por exemplo, que nas escolas existisse desde as primeiras séries do Ensino Fundamental, quem sabe até mesmo antes disso, ainda na Educação Infantil, um espaço exclusivo para se ensinar respeito, dedicação, apreço e até mesmo amor pela natureza. O que é, para que serve, quais são as variedades e espécies, o que podemos fazer para preservar e tantas outras questões teriam que ser parte do currículo escolar desde a mais tenra idade.

O que fazer com o lixo? Será que poderemos aperfeiçoar as técnicas de reciclagem? Como implementar a reutilização do material orgânico? De que forma incentivar os municípios a adotar projetos de reaproveitamento de resíduos como vidros, papel ou plástico?
Somente dessa forma seríamos capazes de inculcar em nossas crianças e jovens as lições necessárias de preservação do meio ambiente. Lições que ainda não aprendemos bem e em relação às quais temos que fazer constantemente as lições de casa.

Apagar as luzes em ambientes em que não há ninguém, não deixar eletrodomésticos ligados sem necessidade, consertar os vazamentos das torneiras de nossas casas, separar o lixo reaproveitável para as usinas de reciclagem, usar com mais freqüência à luz solar ao invés da luz elétrica, jogar o lixo na lata de lixo, desligar as torneiras enquanto se ensaboa o corpo ou escova os dentes e tantas outras medidas de racionalização relativas aos hábitos do cotidiano são os deveres de todo e qualquer cidadão que tiver um mínimo de consciência.

As crianças aprendem a partir de nossos exemplos. Se quisermos que elas efetivamente participem dessa luta pela preservação do planeta temos que mostrar que estamos engajados e agindo de forma efetiva nesse sentido.

Não adianta mais pronunciar belos discursos. O tempo lá fora não para e a destruição segue seu ritmo cada vez mais voraz a consumir as entranhas da terra, a pureza dos rios, a fertilidade dos solos, a vida das espécies vegetais e a existência de inúmeros animais.

Se não pararmos as máquinas que devastam, o desperdício que inutiliza, as ações que consomem desmesuradamente e a violência que agride o ambiente... Corremos o sério risco de sermos os próximos na lista de animais em extinção...


Texto de: João Luís Almeida Machado Doutorando pela PUC-SP no programa Educação:Currículo; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura






4) O texto acima, cita um Rio de grande importância para o Mundo. Que rio é esse e fale tudo que você sabe sobre ele. (Se não souber, pesquise.)




5) Sabendo que existe a linguagem verbal (que é a que estamos estudando) e a linguagem não verbal sugiro como deveres de casa que os alunos encontrem no mínimo 03 gravuras relacionadas com os textos estudados. E na próxima aula poderá ser feito um sorteio ou até mesmo aluno por aluno, fará uma exposição das gravuras selecionadas, explicando porque foram escolhidas e que relação têm com o texto. Poderá ainda, como sugestão, ser feito um mural "VAMOS SALVAR O PLANETA TERRA".... ou outro título com todas as gravuras expostas.





6) Assistindo TV, preste atenção em alguma notícia relacionada ao tema estudado nos textos acima e relate em uma folha separada com no mínimo 10 linhas e no máximo 20 linhas, observando parágrafos, sentido, ortografia...






7) Aproveitando os textos, vamos trabalhar a gramática?


a) Retire do texto "O Sal da Terra" todas as palavras que indicam numeral


b) Retire 10 palavras que indicam ação.


c) Retire 04 substantivos e classifique-os com o simples ou composto, concreto ou abstrato.



6) Retire do 2º texto "Grito de Alerta":


a) 04 palavras paroxítonas acentuadas pela mesma regra.


b) 04 palavras oxítonas


c) 05 palavras proparoxítonas






8) Sugestão: Existem outras músicas (inclusive as letras) relacionadas ao tema, pode-se pedir para os alunos levarem para sala de aula 01 música para cada grupo de 04 ou 05 pessoas que têm o mesmo tema.